MEDINA e VASCONCELOS, Francisco de Paula (1768-1824).
Nasceu na freguesia da Sé a 20 Novembro de 1768, filho de Teodoro Félix de Medina Vasconcelos e de D. Ana Joaquina Rosa de Vasconcelos. Matriculou-se na Universidade de Coimbra, mas em consequência das suas actividades políticas e do seu revolucionarismo foi preso em 1790 e depois expulso da Universidade tendo de sair, para sempre, de Coimbra. Em 1792 regressou ao Funchal e passou a desempenhar o cargo de Tabelião. Como voltasse às actividades revolucionárias, foi de novo preso e condenado a oito anos de degredo em Cabo Verde. Em 1823 seguia, a cumprir a pena a que foi condenado, na Ilha de Santiago, tendo morrido no desterro no ano de 1824. Medina no seu tempo gozava de grande prestígio como poeta, publicou várias obras: Poesias Lyricas de Medina ... 1797; Sextinas
Elegiacas (...),
1805; Zargueida, Descobrimento da Madeira, 1806; Georgeida, 1819, entre outras. Das composições de Medina e Vasconcelos , foi a Zargueida a que lhe deu maior renome e ainda hoje é, de todas, a mais conhecida.
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Elucidário Madeirense, Vol.
II, pp. 334-336.
De Francisco de Paula Medina Vasconcelos, poema heróico sobre o Descobrimento da Ilha da Madeira.
SONETO
Ao Senhor Manoel Maria de Barbasa du Bocage.
A Ti, Vate sem par, cujo Estro inflamma
Do Numen Patareo o Sol fulgente,
A ti , Grande Bocage , cuja Frente
De Sacros Louros Delfica se enrama,
Cumpre o levar o meu Poema á chamma
Da tua Sábia Critica Prudente
Ninguém mais do que tu independente
Lhe póde grangear perpétua fama.
Segue tu pois da Sá Justiça o trilho;
Castiga os Cantos meus; dá-lhes belleza;
A` tua Correcção he que os humilho:
Sejamos Immortaes na Redondeza;
Tu dando ao meu Poema eterno brilho,
E eu só porque tentei tão Grande Empreza.
Medina
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