Chapter 1:
Amanhã por esta hora já cá não estou!
Regresso a casa que será sempre casa mesmo que já não more lá. Foi lá que persegui o coelho, perdi-me em aventuras, e por pouco não ia perdendo a cabeça às mãos de uma rainha de copas.
É sempre bom atravessar o espelho e voltar à velha realidade onde se comem pitangas, araçais e outras frutas, onde os cheiros são outros, os sabores são outros, os sotaques são outros, mas as pessoas, essas, sempre iguais.
Espero que faça sol, se não fizer também não faz mal, sinto falta de tudo. E se chover, então que seja num dia em que a mãe tenha posto roupa a secar (desculpa mãe) é que era tão bom voltar a ver o reboliço em que a casa se transforma para salvar os trapitos desse líquido, que até parece fazer-lhe mal.
Mas por enquanto arrumo mala, fico indecisa, não sei que levar, roupa a mais, sapatos a menos, aquele cd para o irmão mais novo que fica sempre esquecido em cima da cama…
Espero que o avião não abane, que não faça vento, que não seja desta que não acordo com o despertador do telemóvel, e por fim que faça sol, sei que estou a repetir-me, mas preciso mesmo de solllllll.
Amanhã por esta hora já não estou cá, e isso é bom!
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